quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A parábola das dez virgens

Essa é uma parábola contada por Jesus no contexto de sua segunda vinda. está claro que a parábola trata do povo cristão do tempo do fim, ou seja, que viverá próximo a sua vinda.

No passado tive muitas dúvidas sobre essa parábola, como o egoísmo das virgens com óleo para as lâmpadas e a ideia poligâmica do noivo ter dez virgens para se casar.

Por isso que para entender melhor a parábola é necessário saber como ocorria o noivado e casamento naquela época, o qual explicarei resumidamente. Veja mais em A vida diária nos tempos de Jesus de Henri Daniel-Rops ou demais textos sérios sobre o tema, como comentários, dicionários e enciclopédias bíblicas de renome.

Tudo começava com o noivado que era normalmente de um ano. No dia das bodas [casamento], que normalmente ocorria no período da noite, o noivo seguia a procissão preparada pelo seu melhor amigo [o best man dos casamentos americanos]. Esse formava uma procissão até a casa da noiva gritando por todo o percurso: Aí vem o noivo!

É nesse momento que as virgens, jovens donzelas que tinham o objetivo de iluminar os noivos durante a noite, se unem a procissão em direção a casa da noiva. Depois das bênçãos do pai dela, o cortejo vai para casa do pai do noivo, onde continuaria a cerimônia.

Chegando lá, os homens e mulheres se separam. Os homens ficam festejando e brincando, enquanto a noiva e as virgens se retiram até o momento da bênção do pai do noivo e a consumação do casamento.

A festa das bodas aconteceria depois do noivo consumar o casamento e durava de 7 a 14 dias (sim, estamos falando de um casamento de um homem rico, o qual encantava toda a cidade). Não é pra menos que o vinho tinha acabado no casamento que Jesus presenciou [João 2:1-11].

Interpretando:

Como já dito, as virgens são os cristãos dos últimos dias.

Mas por que Jesus falou que as cinco que não tinha óleo [azeite] extra eram tidas como néscias ou tolas? Uma lâmpada costumava ter a duração de 6 horas. Para que as virgens pudessem iluminar durante toda a noite elas precisariam levar o óleo para o restante da noite em uma vasilha extra, o que as prudentes, precavidas em cumprir seu papel, fizeram. Caso elas dividissem com as néscias, ninguém teria luz até o raiar do dia. Agora entendemos como as demais foram negligentes em seu papel.

O óleo é um claro símbolo do Espírito Santo de Deus [Zacarias 4:1-6, 12, 14; Lucas 4:18].

O que seria a lâmpada no imaginário hebreu? A resposta é claramente a palavra de Deus [Salmo 119:105]. A união dos dois, óleo e lâmpada, produzem luz, seja ela provindo da própria Bíblia, com o Espírito Divino atuando no leitor ou ouvinte, seja pelo instrumento humano [Mateus 5:14-16] quando esse vive a palavra ou a anuncia, sendo em ambos os casos usado pelo Espírito Santo.

O que Jesus quis nos dizer com essa parábola? Que próximo de seu retorno haveria pessoas estudariam a Bíblia com o Espírito Santo para lhes explicar seu significado por um tempo, mas, infelizmente, depois de um tempo, insensatamente não procurariam mais o Espírito Santo para interpretá-la, e sim sua própria sabedoria.

Veja que esse grupo, ao notar que não produziam luz, não irão recebê-la de outra fonte que não seja o próprio Deus. Outro aviso importante é que Deus não ficará "aberto" [para usar a expressão da própria parábola] para vender "sem preço" [Isaías 55:1] esse precioso óleo para sempre, pois a porta iria se fechar [Mateus 25:10].

Mais absurda do que é essa situação é o que ando vendo pelas igrejas onde passo. Há pessoas que procuram o Espírito Santo sim, mas deixam de lado o guia que o mesmo inspirou: a Bíblia Sagrada.

Vocês devem ter visto ou estudado sobre pessoas que dão primazia ao que chamam de Espírito divino, primazia essa que ignora o que o próprio Espírito ensinou nas escrituras, ignorando mandamentos diretos como adultério, roubo, adoração e diversos outros.

Enxergam o Espírito Santo como sinônimo de sentimento e poder, sendo tomados, na verdade, pelo poder de suas próprias emoções.

O objetivo dessa parábola é incentivar os cristãos a agirem como as virgens prudentes, as quais cumprem seu papel de iluminar/anunciar ao mundo a chegada do noivo e sair ao seu encontro prontos, independente de quão atrasado julguem que Ele esteja.
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veja também As parábolas de Mateus 25 e Quem é a noiva?

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