quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A questão do mal



Roteiro
Muitos conhecem a história de um anjo perfeito que, em meio a um ambiente perfeito, criou um sentimento maligno em seu ser.

Não são poucos que ridicularizam essa ideia dos teólogos. Dizem que seria impossível surgir o mal assim, como se ele fosse um germe que surge do nada num ambiente esterilizado.

Mas, há pouco tempo atrás, aprendi com Agostinho que o mal não é uma coisa, um vírus ou qualquer outra ideia material que possam dar a ele, por mais que seja completamente compreensível pensarmos assim.

O mal nada mais é do que uma atitude de desarmonia para com Deus.

Todo o ser livre criado por Deus tem capacidade de pensar por si mesmo, evoluir, crescer e desenvolver-se de diversas maneiras. Dúvidas comuns sobre como as coisas funcionariam e curiosidade são próprios dessas criaturas.

Claro que isso não significa que foram criados para desarmonia, mas que haveria um desenvolvimento pessoal gradativo. Entretanto, tudo isso explica como isso torna possível a existência do mal, principalmente num universo que não o conhecia.

Duvidar e indagar são coisas normais num universo perfeito. Escolha também.

Mas e se essa escolha causar mal aos outros? Foi exatamente esse tipo de escolha que Lúcifer fez, levando o mal ao conhecimento do universo.

Veja que, segundo os textos bíblicos, Lúcifer progrediu em seu comércio, palavra hebraica que também tem o sentido de fofoca ou calunia, mas isso não fez com que ele fosse expulso. Trazer guerra sim.

O pecado, quando consumado que produz morte, apesar que os mais sábios já viam podiam sentir a morte por trás das palavras do anjo de luz.

O mal existe por que podemos pensar e escolher por nós mesmos. A possibilidade de ficarmos contrários a Deus é a possibilidade de existir o mal.

Não há uma trava para não podermos ser contrários a Deus e seu reino. Só assim o mal poderia nunca vir a existir.

Isso me faz lembrar do filme Laranja Mecânica. A principal discussão era se era correto ou não impedirmos o livre arbítrio de uma pessoa.

E por que Deus ainda não acabou com o mal? Por que ele permite que ainda soframos? Ou pior, por que os bons sofrem? Não poderia ele proteger esses e deixar ao léu os maus?

Deus trata o mal de maneira diferente da que tratamos. Ele não evita que algo aconteça só porque aquilo pode dar errado, mas resolve a questão quando ela aparece.

Ele não deixa de ter um filho, mesmo com a possibilidade de ele se rebelar, mas ama-o por mais que sua vida seja finita. Apesar desse ser um sentimento raro nos seres humanos, ainda vejo algumas pessoas que tem essas características em comum com Deus.

Quem é mau, pode vir a ser bom, segundo a visão bíblica. Deus não dá uma ou duas chances. Ele dá todas. Mas até “todas” é um limite. Tem um momento que as chances acabam.

E por que os bons sofrem? Por que vivem num universo onde há atitudes más.

Onde existe desarmonia, existe sofrimento. Quem é bom sofre até mesmo pela dor do outro. Então, enquanto houver o mal, o bom sofrerá.

Também é necessário passarmos pelo mal para sabermos o que ele é, e nunca mais querermos que ele ressurja.

Por isso, quando o mal for extinto, será de uma vez por todas, sem precisar cauterizar o cérebro ou apagar a mente de ninguém, pois todos terão visto o que ele causa ao universo.

Mesmo quando novas criaturas inteligentes forem criadas, o testemunho dos salvos e dos não caídos darão convicção sobre a sabedoria de viver em harmonia com o universo e seu Deus.
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